Em Ponta Grossa é "Março Roxo"

por Ana Claudia Ferreira Gambassi publicado 05/03/2020 15h22, última modificação 05/03/2020 15h22
Campanha propõe a realização de ações de conscientização sobre a epilepsia

            Está em vigor, em Ponta Grossa, pela primeira vez, o Março Roxo. O mês temático foi instituído pela Lei Municipal no. 13.140/2019. O projeto, que deu origem à Lei, é de autoria do vereador Celso Cieslak e tem por objetivo a realização de campanhas de conscientização sobre a epilepsia.

            Segundo o autor, O Março Roxo tem por objetivo promover a inclusão social e a conscientização sobre a doença onde o preconceito é o principal problema. "Conviver com as manifestações da epilepsia envolve lidar com uma dose de estigmas, então discutir sobre o assunto é importante para a desconstrução de mitos em relação à doença".

            Em seu artigo 2o, a Lei destaca alguns dos seus objetivos, que incluem: conscientizar a população sobre o que é a epilepsia; sensibilizar a sociedade para que compreendam e apóiem as pessoas com epilepsia; divulgar, por todos os meios possíveis, as atitudes que devem ser tomadas pelos que presenciam uma crise epilética; estimular atividades de divulgação, proteção e apoio às pessoas com epilepsia e sua família; divulgar, prestar informações e apoiar pessoas com epilepsia que buscam tratamentos de saúde.

            De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos e se expressa por crises epilépticas repetidas. Muitas vezes não é possível conhecer as causas que deram origem à epilepsia

            As crises epilépticas podem se manifestar de diferentes maneiras. A crise convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é identificada como "ataque epiléptico". Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão, apresentar contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar.

            A crise do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração, muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores.

            Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoas estivesse "alerta" mas não tem controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada de crise parcial complexa.

            O tratamento das epilepsias é feito através de medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores em estágios mais graves, ou seja, com necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, sendo as crises freqüentemente incontroláveis e então candidatos a intervenção cirúrgica. No Brasil já existem centros de tratamento cirúrgico aprovados pelo Ministério da Saúde.

            Ainda segundo a publicação do MS, durante as crises, quem está próximo deve:

- colocar a pessoa deitada de costas, em lugar confortável, retirando de perto objetos com que ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos;

- introduzir um pedaço de pano ou um lenço entre os dentes para evitar mordidas na língua;

- levantar o queixo para facilitar a passagem de ar;

- afrouxar as roupas;

- caso a pessoa esteja babando, mantê-la deitada com a cabeça voltada para o lado, evitando que ela se sufoque com a própria saliva;

- nunca segurar, dar tapas ou jogar água sobre ela;

- quando a crise passar, deixar a pessoa descansar.